Cresce número de interessados em adotar crianças negras


29 de janeiro de 2013 às 11:40
Matéria/MídiaNotícias
Grupos de apoio têm papel fundamental na preparação de pretendentes à adoção

ApadrinhamentoO ano de 2013 começou com uma boa notícia. Dados do Cadastro Nacional de Adoção – CNA apontam que o número de pretendentes à adoção que não se importam com a cor da pele da criança ou adolescente cresceu de 31,4% para 37,75%, desde dezembro de 2010. Já o número de pretendentes que preferem bebês menores de um ano de idade, diminuiu de 19,6% para 16,16%.  
Grande parte dessa mudança se dá devido ao trabalho de grupos de apoio à adoção espalhados pelo país. Hoje, são 122 grupos que, entre outras funções, têm como objetivo inserir os pretendentes à adoção em discussões sobre o tema.
De acordo com Soraya Pereira, presidenta da Ong Aconchego, de Brasília, a lei exige, desde 2010, que todo o pretendente à adoção passe por um curso de preparação. “Essa lei tem um lado muito bom que é a de desmitificar a adoção. Hoje o tema é falado com mais tranquilidade, e os pretendentes podem adquirir mais conhecimento antes de adotar”, afirma ela, que também é mãe por adoção.
Soraya explica que os cursos de preparação realizados pelos grupos é uma forma de colocar o pretendente a adoção em contato direito com pessoas que já vivenciaram essa situação. “A gente abre um espaço para reflexão, sem julgamentos”, conta.
Em Brasília, a Aconchego oferece capacitação nacional para técnicos e profissionais através do projeto "Novos Vínculos Afetivos para Crianças e Adolescentes" em parceria com o com a Secretaria de Direitos Humanos e o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, desde 2012.
Ainda segundo Soraya, há lugares em que esses cursos são feitos pelo Judiciário e outros onde ainda não são feitos. “Nós, dos grupos de apoio à adoção, lutamos, hoje, para que seja criado um protocolo nacional de, no mínimo, seis encontros para cada pretendente”, conta. Este protocolo está sendo construído pelos grupos de apoio à adoção, Secretaria de Direitos Humanos, Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Conselho Na cional do Ministério Público (CNMP), Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) e outros atores do sistema de garantia de direitos.
Atualmente no Brasil existem cerca de cinco mil e quatrocentas crianças e adolescentes esperando por adoção. Dessas, pouco mais de 3500 são negras ou pardas, somente 49 são menores que um ano de idade, e 77% possui irmãos, segundo dados de janeiro de 2013, do CNA.
Além do curso preparatório para pretendentes à adoção, a ONG Aconchego possui outros cinco programas: Encontros sobre Adoção, Adoção Tardia, Apadrinhamento Afetivo, Irmão mais Velho e a exposição fotográfica Famílias Aconchegantes.
Fonte: Aconchego DF
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